Nascer é um lance de dados no infinito,
Um evento tão raro quanto o voo do cometa bendito.
Somos passageiros de uma viagem sem roteiro,
Em um universo vasto, somos ponteiro e paradeiro.
É um privilégio trilhar por entre as estrelas,
Numa existência fugaz, colhendo as aquarelas
Da compreensão, do saber, da nossa essência,
Desvendar o cosmos, sua eterna cadência.
Por que aqui estamos, neste berço estelar?
Por que do nada, viemos a este lugar?
Do pó das estrelas, ao sopro da vida,
A busca do porquê é a jornada mais querida.
Que privilégio é saber, é poder questionar,
Olhar para o céu e nele se encontrar.
De onde viemos? O que nos trouxe até aqui?
Perguntas sem fim, num ciclo a se abrir.
Pois ser é um acaso, um sussurro do destino,
Um breve momento entre o eterno e o efêmero divino.
E nesse interlúdio, entre o nascer e o partir,
O privilégio maior é poder descobrir.
Descobrir o amor, a dor, a cor do amanhecer,
Entender um pouco do ser, do cosmos, do viver.
Ah, que privilégio é estar, é poder respirar,
Neste teatro cósmico, a própria vida recitar.
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