Eu, Renato Aparecido Rodrigues, um são-manuelense do estado
de São Paulo, sou tradutor autodidata de poesia de língua alemã em
domínio público, e escritor de poemas em nosso idioma. Ao longo dos anos, dediquei-me intensamente à tarefa de
produzir textos principalmente em verso, que expressassem a amálgama dos
diferentes autores que me influenciaram: unificar ideias lovecraftianas a
termos típicos de Augusto dos Anjos, por exemplo. Minha obra é caracterizada
por várias fases; uma delas, é a forte influência da literatura fantástica
alemã, com macabras ambientações medievais ou "pseudomedievais";
admiro a verve imaginativa de E.T.A. Hoffmann; eu diria que absorvi até os
conceitos mais nebulosos apresentados em Grimm, como os do conto "Von dem
Machandelboom" (título que recebeu diferentes traduções em português:
"O junípero", "O pé de zimbro", "A amoreira",
etc.). Meus escritos estão encharcados de uma terminologia que remete a Cruz e
Souza, entre outras influências; gosto de explorar o vernáculo, fazer uso de
palavras raras ou arcaicas, de neologismos; sempre penso que o idioma deve ser
empregado em sua plenitude, sem amarras. Mas discorrer longamente sobre o
processo de criação dos poemas não é meu intento primordial aqui, e sim
apresentar meus trabalhos. Sobre a tradução, posso dizer
que me acompanha quase que desde o início de minha incursão ao universo de
produção poética; fiquei fascinado com o fatalismo e o macabro presentes em
certos poemas alemães, descobertos através de célebres traduções, como a de
"Lenore" de August Bürger, por Alexandre Herculano
("Leonor", na versão), e a de "Das Nothemd" de Ludwig
Uhland, por Gonçalves Dias ("A camisa encantada", na versão); como
constatei que se tratava de um tipo de poesia germânica pouquíssimo vertida ao
português, decidi por conta própria, aprender a gramática do alemão
e estudar a estrutura desses versos, e aos poucos me aprimorei na atividade de
tradutor autodidata, uma vez que essa atividade constitui prática "artesanal" (mas não me furto da responsabilidade "acadêmica" de fazer
profundas pesquisas semânticas e linguísticas).
Durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), um poeta germânico retratou em seus versos, os traumáticos horrores advindos dela, com uma linguagem tingida de matizes góticos, na qual o grotesco e o sacro se amalgamam de modo magistral. De formação barroca, Andreas Gryphius, tal poeta, acrescentou aos típicos antagonismos dessa literatura, o elemento macabro. - O tradutor
Saiba maisEu, caros leitores, vos convido a experienciar o que registrei aqui. Os mais variados sentimentos, as mais variadas sensações vos surgirão. Deturpar realidades e contextos, é o meu propósito. - O autor
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