
Mailson Ramos é um escritor, dramaturgo e contista brasileiro nascido em Conceição do Coité (BA), cidade conhecida como a “capital do sisal”. Vive atualmente em Salvador, onde desenvolve sua carreira literária. Escreve desde os 16 anos e formou-se em Relações Públicas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), além de ter formação técnica em Comunicação Visual pelo SENAI Dendezeiros. Essa dupla formação — entre o olhar comunicativo e o visual — marca sua escrita pela sensibilidade estética e pela precisão narrativa.
A obra de Mailson Ramos se destaca pela fidelidade às suas origens. O autor busca no sertão nordestino o cenário e o imaginário que alimentam suas histórias, transformando o cotidiano de personagens simples em matéria literária. O sertão que emerge de suas páginas não é apenas geográfico, mas simbólico: um espaço de resistência, fé, desigualdade e poesia. Sua linguagem é direta, mas carregada de lirismo, e seu estilo aproxima-se da tradição regionalista renovada por uma perspectiva contemporânea e empática.
Entre suas obras mais conhecidas está Cartas Sertanejas (UICLAP, 2020), um conjunto de contos que retrata o microcosmo humano e social do sertão. O livro reúne histórias marcadas por solidão, humor e humanidade, e apresenta personagens que enfrentam adversidades sem perder o senso de dignidade e afeto. O conto “O Carroceiro”, por exemplo, narra a travessia de um homem em busca de água, metáfora da escassez e da persistência de quem vive às margens. A crítica literária tem destacado o livro pela honestidade emocional e pela força de suas imagens.
Além de Cartas Sertanejas, Mailson Ramos é autor de títulos como Macambira, Coração do Sertão, Alecrim Ardente e Clarice Sob o Sol, entre outros. Sua produção é extensa e independente, com várias obras publicadas em plataformas como a UICLAP e o Clube de Autores. O escritor afirma em suas redes sociais ser autor de “dezessete livros”, consolidando-se como um nome atuante na literatura contemporânea brasileira fora dos grandes circuitos editoriais. Sua escrita combina observação social, memória afetiva e uma profunda atenção à linguagem poética.
O universo ficcional de Ramos se constrói a partir da experiência vivida e observada. Em entrevistas, ele reconhece que escreve sobre “o ambiente que se conhece”, transformando lembranças e figuras do cotidiano sertanejo em arquétipos universais. Em seus contos, o sagrado e o profano, a tragédia e o riso, convivem em equilíbrio delicado, refletindo as contradições da vida nordestina. Essa capacidade de enxergar grandeza nas pequenas coisas e de transformar a simplicidade em literatura é um dos traços mais reconhecíveis de sua obra.
Nas redes sociais, especialmente no Instagram (@mailsonramos_), o autor mantém uma presença constante, divulgando trechos de seus livros, reflexões e registros de seu processo criativo. Sua página pessoal na UICLAP funciona como vitrine literária, reunindo links para suas publicações e dados biográficos. Essa atuação digital reforça seu papel como escritor independente que busca estabelecer um contato direto com os leitores, divulgando a literatura fora dos canais tradicionais e aproximando o público da cultura nordestina.
Com uma trajetória marcada pela coerência entre vida e obra, Mailson Ramos representa uma nova geração de escritores regionais que dão voz ao interior do Brasil sem cair no estereótipo. Sua literatura é uma celebração da memória, da linguagem e da humanidade. Em cada livro, ele reafirma o poder da palavra como instrumento de resistência e beleza — um espelho do sertão e de todos os lugares onde o homem busca dignidade, afeto e sentido.

Cartas Sertanejas é um livro de contos que retrata o microcosmo da vida no sertão brasileiro. Neste livro, o leitor conhecerá as histórias de personagens verossímeis que sobrevivem diante das mazelas de uma das regiões mais pobres do Brasil. A narrativa, construída com pitadas de intenso humor, também mergulha na tragédia da dor humana e estabelece contatos com a realidade social de cada personage
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Em Coração do Sertão, uma coletânea de contos ambientados no sertão brasileiro, Mailson Ramos narra as aventuras amorosas de personagens verossímeis e apaixonantes. Traições, amores malfadados, finais felizes em histórias cativantes. O livro é também uma dedicatória ao povo simples do sertão. A fome e a desigualdade social ainda são estigmas fortes nesta região do país. Em relatos crus da realidad
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Macambira perde a mãe após o seu nascimento. Abandonada pelo próprio pai e criada pela cozinheira da fazenda, ela se torna uma exímia vaqueira; cresce e se torna uma mulher despojada dos privilégios por ser filha do coronel Bezerra. Até o momento em que o fazendeiro lhe impõe um casamento por interesses financeiros. E se inicia uma trama caracterizada pela fuga de labirintos, alguns deles criados
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À beira da morte, a cafetina Berna descobre que receberá uma herança milionária. O acontecimento leva os poderosos da cidade de Iaçapé a lutar pela saúde da mulher e a satisfazer todos os seus desejos, o principal deles ser aclamada pelo povo nas ruas. Transformada quase em rainha, Berna usa o poder para se vingar de todos aqueles que sempre a humilharam. Com personagens icônicos e inesquecíveis,
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Clarice Sob o Sol é uma coleção de contos que tem como cenário principal o sertão nordestino; assim como em Cartas Sertanejas e Coração do Sertão, a essência de cada história deste livro é o sertanejo. Os personagens, sejam eles protagonistas ou antagonistas, todos verossímeis, encantadores e icônicos. O livro é uma ótima oportunidade de revisitar o sertão através das histórias dramáticas — e às v
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Trilhas conta a história de Ana Estrela, uma menina órfã, que evita ser adotada a qualquer custo por outra família, enquanto procura pelos pais biológicos. Com o fechamento do orfanato onde mora, ela acaba adotada por um casal do interior, os Soares. Ana acostuma-se com a vida na fazenda e a ter os barões de Riacho Seco como os seus pais. Até que novas revelações, descobertas a partir dos diários
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As Três Penitências de Amadeu conta a história de um homem simples que se depara com a morte ainda na tenra idade. Deixa a mulher também muito jovem e uma sogra com quem vivia em pé de guerra. No paraíso, Amadeu descobre que tem a chance de regressar à vida, caso supere três penitências. Por amor à Madalena, ele aceita enfrentar estes três grandes desafios, sem saber ao certo do que se trata.
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‘O Sertão Sou Eu’ é uma livre referência à frase apócrifa atribuída a Luís XIV, rei de França e Navarra. “L'Etat, c'est moi” (O Estado sou eu) significa, em síntese, que todas as decisões fundamentais eram canalizadas para o rei. De alguma forma, ao dizer que o sertão sou eu, garanto que ele estará comigo aonde quer que eu vá. Esta marca de identidade e cultura define o quando da personalidade de
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Existem mais fatos surreais em nosso cotidiano do que possamos imaginar. Do sertão ao mar, das histórias de um mundo fantástico aos problemas de uma família conturbada, é possível identificar aquilo que nos faz humanos e excêntricos, portanto, especiais. A coletânea de contos 'Cantilenas' conta as histórias surpreendentes de personagens icônicos, mundos, situações e cenas improváveis, em um culto
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Devaneio nas Estrelas é uma coletânea de poesias que retrata sentimentos diversos como amor, saudade, paixão, prazer e solidão; dos idílios amorosos entre as estrelas aos retratos da alma e do coração de um eu lírico apaixonado, a coleção é um mergulho nas sensações que nos fazem seres profundamente emotivos, portanto, extraordinários. A obra traz ainda textos de prosa poética, um estilo literário
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Quem nunca traiu ou foi traído que atire a primeira pedra. As histórias de traição contadas neste livro são dramáticas e dolorosas. Mas também cômicas. A tragédia da infidelidade permanece como marca profunda na alma da pessoa traída. Ao traidor, resta a desfaçatez ou o peso na consciência, o pecado da recaída ou a correção do ato nefasto. A traição fustiga sentimentos e desencadeia crises tanto n
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Este livro retrata de maneira extremamente particular a vida de personagens sertanejos, com as suas alegrias e agruras, amores e traições, silêncios e espetáculos. Desde a idílica história que nomeia a obra, 'A Volta do Herói Sertanejo', ao pesaroso 'Crestados Corações', o autor tenta mergulhar na alma do homem nascido no sertão para então narrar a sua vida comum e os seus feitos. Talvez a vida co
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Os romances nem sempre terminam com um final feliz. Talvez estas histórias inconclusas ou com um desfecho inesperado pelo público sejam mais marcantes. A sensação de que o amor poderia ter triunfado — e não triunfou — abre espaço para a existência de possibilidades, de pontos de continuação, de outros pontos, muito além do ponto final.
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Este livro conta a história de Eurico Cantagalo, um homem que perde a mulher ainda jovem e, devastado pela dor, sofre com pesadelos e alucinações que o levam a acreditar que ela o encontrará em Juazeiro do Norte, no Ceará, ao lado de Lampião e do padre Cícero Romão. Eurico se veste de cangaceiro, monta em um cavalo e deixa a cidade de Riacho Seco, na Bahia. Ele será seguido pelo irmão Jorge e o a
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Muito além de poder político e econômico, os coronéis sempre usufruíram de influência social. Grandes proprietários de terras e retratados quase sempre como homens brutos e cruéis, os coronéis construíram a fama e a popularidade ao lado de políticos por eles bancados, ou por concederem benesses ao povo mais pobre em troca de votos. Neste livro, a figura do coronel pode adquirir várias personalida
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João Lourenço progrediu na vida e amealhou uma fortuna. Em sua velhice, acaba sendo coagido pelos próprios filhos para delegar mais poder e descentralizar as decisões das empresas. Diante da resistência do pai, os filhos Antônio, Rita, Evandro e Benedito planejam interditá-lo. Quando Lourenço cai de amores por Roberta Clementino, uma mulher mais jovem que ele, e concede a ela todos os poderes deci
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As peripécias de Gregório, um gato que observa com seus olhos brilhantes de felino as dificuldades e conquistas vividas pelos seres humanos. Com pelagem negra, Gregório enfrenta preconceitos e superstições relacionadas à sua cor, desafiando essas crenças. Suas sete vidas, vividas no sertão em diferentes épocas e entre diversas pessoas, proporcionam valiosas lições, demonstrando que a essência de h
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Este livro de contos é uma celebração da região sisaleira, localizada no coração do nordeste baiano, e um tributo à riqueza de sua cultura e ao modo de vida único de seu povo. Por meio de narrativas envolventes, a obra resgata para a posteridade a essência desse microcosmo marcado pela dureza do trabalho no campo, as desigualdades sociais e a força do sertanejo — moldado pela fibra do sisal e pela
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Este livro é não apenas um chamado à reflexão, mas, sobretudo, à autocrítica e ao humor diante das próprias ilusões de permanência e da inevitabilidade do destino. Em última análise, talvez seja justamente o riso que ofereça a possibilidade de atravessar a experiência da morte sem sucumbir ao desespero absoluto. Para leitores que apreciam literatura popular, cultura sertaneja e boas gargalhadas di
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