Marcos Figueiredo

Dez de dezembro de 1971

Sexta-feira18 h.

Uma tarde inesquecível...

Aos  meus quatro anos de idade, meus pais preenchiam os formulários da que escola que eu e meu irmão mais velho estudaríamos.

 

O que eu não sabia, era a história que seria contada naquele cenário, do Jardim de Infância, ao término do segundo grau, na cadeira de contabilidade.

Aquela escola, fundada por um homem visionário, Dr. Ely Combat.  

Construiu um prédio na única finalidade de idealizar seu sonho, um colégio, desejo latente do seu de coração, o lendário Educandário Dr. Ely Combat.

Todos os professores, corpo de diretores, equipe de apoio e pessoal da cantina me conheciam, eu era um aluno popular, conhecia todos os alunos daquela escola, inclusive de outras classes, eu era o que chamávamos de um aluno POPULAR...

Os professores, os diretores não só fazem parte da minha história de vida, como da minha educação, e a formação do meu caráter.

Naquele tempo a escola tinha um papel completo na formação de um CIDADÃO!

 

Enquanto meus pais preenchiam as fichas, a jovem secretaria, teve a brilhante ideia de colocar eu e meu irmão sentados em uma mesa, com uma máquina de escrever, linda uma Remington 22, nunca me esqueci daquela máquina.

 

E com toda paciência, nos ensinou a escrever nosso primeiro nome, naquela máquina mágica. 

Primeiro foi o meu irmão, eu fiquei em pé com as mãozinhas para trás, ao lado do meu irmão , que estava sentado na cadeira de frente aquela caixinha mágica.

Via com emoção o meu irmão apertar uma tecla, em seguida a melodia que fazia quando as hastes metálicas tocavam a folha de papel, aparecendo magicamente, uma letra sem o uso de lápis.

Era um sorriso imenso, e meus olhinhos brilhavam de tanta alegria... E quando chegou a minha vez... Quando fecho os olhos, um filme se passa, nítido em minha mente, posso sentir o cheiro daquele momento...

 

Um capítulo magico, que não só ficou registrado em minha MLP para sempre, como ditou o meu grande sonho de ser um ESCRITOR...

 

A euforia, minha e do meu irmão foi tamanha, que naquele Natal, meus pais nos presentearam como uma oponente máquina de escrever Remington 22...

 

Com o tempo, as responsabilidades de chefe de família, e o medo de fracassar e não ser o provedor, não permitiu que eu desse seguimento ao meu sonho... o que me arrependo...

Mas aos 45 anos, com filhos já criados, fiz como Dom Quixote de Lá Mancha, empunhei minha caneta e enfrentei meus moinhos de ventos...

Esta é a história do escritor:

                                                                                              "Marcos Figueiredo"