Agrestino
sem tino. Fraco e Franco. Arapiraquense que se sente fora do lugar aonde quer
que vá. Sentimento de exclusão falso na proporção em que se arrepia quando
passa diante da Catedral da N. Senhora do Bom Conselho, envolta com seu
calçadão em forma de véu de noiva. Local dos assaltos sofridos e que ainda
fazem reverberar as dores do passado longínquo. Concebido último entre quatro
irmãos que se uniram pelo laço invisível do amor, não só do sangue, não só dos
pais. Pais que educaram para honestidade e boa conduta e, assim, o sincericídio
o acompanha até hoje. Foi lá- entre os assaltos nos arredores da Catedral- onde
tentou se catequizar por três vezes e onde descobriu o significado da palavra
hipocrisia. Subiu o morro da massaranduba, sem noção de que dura não era a
caminhada e sim encontrar a motivação para tantos adereços e conversões
sociais. Procissões que marcaram e o emocionaram profundamente. Foi criado
correndo e acompanhando a vovó Josephina por entre as barracas do comércio
ambulante. Levou a sério que não só a feira era livre e achou por bem que
também poderia ser. Iludiu-se, nem ela o é. No sítio Boa Vista se juntou ao
quarteto fantástico dos primos, uma das melhores experiências de vida.
Escoteiro brejeiro que aprendeu a fazer nós que não se desenlaçam. Cresceu com
estudo, sem cultura. Maceioense que respira maresia e fez do sal seu principal
tempero. Por paixão se embrenhou pelo estudo da vida e, por ofício, fez da vida
o estudo das leis humanas que a regem. Enlouqueceu por não conseguir conhecer sequer
os componentes da equação por detrás das relações socioambientais. Que diria do
resultado que, de parte a parte, sempre termina em noves fora zero. Zero
empatia. Zero coerência. Zero compaixão. Autor de Planeta Intocável, Para Sempre Filho, Suicida em Série e Enquanto for peixe, eu não Rio.
Tudo bem que necessitamos dar nome ao evento em que nossos corpos param de funcionar, mas passar a acreditar que a morte é um fim? Acredito que isso é ignorar o que de fato interessa: tudo que nos envolve permanece em seus processos de conformação naturais. Os problemas continuam e, de alguma forma, nossa consciência ultrapassa a barreira fisiológica que a morte impõe. Renildo Alcides Pinto Neto e
Saiba maisNão adianta tentar fugir das dores e dos prazeres que a vida nos presenteia. O entendimento sobre cada um deles não pode ser terceirizado. A dor quando contada se torna drama ou comédia para uma outra pessoa, de forma que é impossível fazê-la sentir como nós a sentimos. Contudo, sei que ainda existe empatia em nós e, sendo assim, reuni minhas reflexões sobre os mais variados temas. Inseri minhas e
Saiba mais