Não há dados biográficos, essa descrição da vida que rasteja
enquanto rolam os dados. Não há muito o que dizer desse homem. Melhor dizer
para a sombra dele:
— Não
siga esse homem, ele não tem a mínima noção para onde está indo.
Data
de nascimento não confere com o seu renascer a cada dia, feito fênix. O autor
não tem nenhuma obra, são as obras que o têm. O autor não caminha pelas ruas de
Mutum, ainda que seus conterrâneos o vejam, não é ele aquele corpo embodocado,
olhando as fissuras do chão. Ele não está ali, sua mente está viajando pelas
fantasias que se arraigaram dentro dele feito verme. Chame-o de Cláudio
Antonio Mendes, o escrivão esqueceu o acento no O de Antonio em premonição ao
que viria acontecer com esse sujeito que não é escritor, é alguém que labuta
pelas salas de aula para compor o pão de cada dia e comprar arte em palavras.
O HOMEM & SUAS PERDAS reúne indrisos que focalizam as dificuldades do homem em sentir-se sincronizado com esse mundo caótico e suas observações sobre quase tudo e quase todos.
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