Quando a alma é música, a vida é uma canção. Aos nove anos de idade,
Casé Henrique ouvia os grandes mestres da MPB e já entendia o que era música
de qualidade! Era o prenúncio de que a trajetória de vida daquele garotinho seria
marcada por notas e tons, melodias e timbres.
Os “ídolos” da infância se tornariam seus amigos, no futuro. Com 20 anos
de idade, já se destacava em programas no extinto auditório da famosa Rádio
Nacional, no Rio de Janeiro. Sempre chamou a atenção por, mesmo sendo tão jovem,
desfilar um repertório de compositores da MPB, grandes nomes brasileiros.
Em 1995, Casé Henrique alcançou maior notoriedade ao participar do espetáculo
“Elis, 50”, dirigido pelo saudoso amigo André Valli, no Teatro Carlos
Gomes, no Rio, em homenagem ao cinquentenário de Elis Regina. Em 1998, incentivado
por Valli, Casé Henrique escreveu sua primeira peça musical: “Esculaxo,
um Show Diferente”, encenado em teatros e cidades do interior do Rio de Janeiro.
No final de 2000, gravou seu primeiro CD, “Em Plena Contramão”, com a
participação especial de Claudette Soares na música autoral Julia (Te Amo Mais).
A carreira ainda apresenta momentos importantes, como a gravação da
trilha sonora de peças teatrais; a gravação de um dueto com a voz de Elis Regina,
para a música Só Deus é Quem Sabe, de Guilherme Arantes; e participações em
shows de artistas consagrados, como Lana Bittencourt.
Em 2017, trocou o Rio de Janeiro por Palhoça, na Grande Florianópolis,
no litoral catarinense. Fundou a rádio Maramar Web, em agosto de 2019, sob o
slogan “Aqui você ouve o que as outras não tocam mais”, contribuindo para que
os intérpretes de músicas de qualidade não sejam esquecidos.
Casé teve uma carreira dividida entre os palcos do teatro, a música e sua
missão de salvar vidas no acolhimento a pacientes com síndrome da imunodeficiência
adquirida, a temida Aids, que vitimou tantos brasileiros, especialmente no
final do século passado. No Centro Municipal de Saúde da Prefeitura do Rio de
Janeiro, Casé teve contato com muitas histórias de vida marcadas pela superação
de traumas, de preconceitos e de dificuldades, e pela luta incessante contra a morte.
Esta simbiose faz parte do arcabouço intelectual que permeia as histórias
da trilogia O Sorriso da Bicicleta. A série é inaugurada pela obra Entre o Céu
e o Cais, este primeiro volume. Os próximos já estão no horizonte de edição, a
caminho do forno!