Um pouco sobre mim
Como eu me defino?
Em verdade, há unanimidade em afirmar que falar de si mesmo é uma tarefa difícil. Bem, eu, há algum tempo, não faço mais parte dessa maioria e quem me convenceu disso – em parte – foram as pessoas que me criticaram em tempos de outrora me adjetivando desta forma: "Nei, você é um sonhador!". Não que eu seja volúvel às críticas, mas Sócrates – que disse: "só sei que nada sei" – ensinou: "o princípio da sabedoria é quando se reconhece a própria ignorância". Tal anuência intelectual minha tem bastante da máxima de Descartes: "cogito ergo sum". Ora, mas a lógica aristotélica diz que a condição para se existir não é pensar... Bem, Deleuze disse que filósofo não é aquele que reproduz conceitos, mas aquele que os cria. Ah, sei lá, talvez eu esteja a devanear cartesianamente...
O fato é que quando volvi meu olhar ao pretérito e vi que veni, vidi et non vici (“parafraseando” Júlio César), a rigor, convenci-me de que o predicado me cabe – sem frustrações – como uma luva! Não obstante, enamorado da Flor do Lácio que sou, por que não deixar "chique" tal pecha? Passei, portanto, a autointitular-me assim: "Sou apenas um sonhador contador de História". Ficou legal, né? Gostei, tanto que virou meu axioma. Percebeu que o termo é com H e não com E? Foi pensado, pois estou certo que, ainda que uma obra se enquadre no gênero ficção, a arte imita a vida.
Permita-me a 3ª pessoa para descrever as trivialidades: esse sonhador fez Letras, Filosofia, Teologia. Ele escreveu quatro livros, o primeiro foi o livro de denúncia: A RESILIÊNCIA QUE VEM DA CRUZ. O segundo livro foi o cômico romance catequético: PASTOR ALOPRADO. O terceiro livro foi: Francois Xavier Nguyên Vân Thuân: "o apóstolo do evangelho da esperança". E, por fim, o quarto livro foi: À MINHA VOCAÇÃO, UMA CARTA. Ah, vaidade, tudo é vaidade (Ecl 1,2). Ele tem na leitura seu manancial de conhecimento. Foi por meio dela que ele – humilde – conheceu o mundo. Foi por meio dela que ele foi capaz de pensar por si mesmo e não ser um difusor de "verdades aleatórias". Agora, permita-me retomar a 1ª pessoa para descrever o essencial que – em concordância com Exupéry – não é visto com os olhos, mas com o coração: foi por meio dos bons livros que aprendi que a Verdade é singular e indelével. Foi por meio deles que acreditei num Deus Trino cujo Verbo consubstancial ao Pai encarnado, então com 12 aninhos, foi capaz de ensinar aos sábios no Templo e, com 33, ensinou a maior lição de amor à humanidade quando – no bojo do mistério da união hipostática – livremente escolheu ficar pendente no madeiro romano e ali fenecer, porém a morte não foi capaz de detê-lo, pois é impossível anular a Primavera!
Quantos conceitos supracitados... Estaria Deleuze correto? Não sei, só sei que pensar é algo imanente próprio do gênero humano, sendo assim, resolvi reconhecer minha insipiência sobremaneira que posso afirmar categoricamente: “o [verdadeiro] princípio da sabedoria é o temor ao Senhor” (Prov. 1, 7).
Em suma, por isso tudo e otras cositas más, agora digo aos meus críticos: obrigado, pois me ajudaram a melhorar... Acho. Todavia, em última análise, afirmo com toda minh'alma e honestidade intelectual: Tão grande quanto meus sonhos, é minha fé!
De tudo aquilo que vivi, essas poucas linhas são o melhor que posso fazer para tentar definir tudo o que sou. Muito prazer!