Imagine! Uma esfera estratosfericamente gigantesca,
orbitando em volta de uma estrela em chamas gritando. Nessa esfera vive as
histórias com seus respectivos inícios e fins, talvez por mero acaso, viva
também os finais felizes, muitas das vezes limitado. Nisso, duvidei ousando
minha narrativa de escrever das mais diversas ousadias, digo: a vontade
do poeta há de ser vivida, para que seja vivenciada pelos que nele, inspiram-se!
Exclamo talvez, que em minha alma vive um bardo, em seu mais íntimo poema
insiste em ressoar em um referente a ela, uma ode encaminhada a certa donzela,
que outrora enfeitiçara meu sobrevivente mais desdobrado para frente, meu
general.
O dinossauro percebeu que estava com seus pés sob
um solo quente e árido, avistou-se em um hospital que havia ali, uma enfermeira
daquelas bem ajeitadas. Talvez por mero capricho ousava rugir de amor. Amor?
Corrigindo essa imprudência, que seja redigitado a uma mera e simples
alucinação periódica aos efeitos de entorpecentes, consumidos na noite anterior
– balada de horrores.
Ontem, estava correndo de uma barata, ele - tão
assustador, ficara com um medo tão ingênuo de barata. Não é assustador –
redigito fofo. Vejo nele a ousadia.
Ele gritara de dor em meio as serpentes que falam
sobre uma tal árvore do conhecimento. Balela. Dizia-se daqueles
mais valentes, mas era tipo um vacilão. Prosseguiu-se a fase seguinte ao que
estava escrito, garimpou os diamantes brutos, entregou-os em flores reluzentes
para aquela garota de olhos pertencentes a sua lua, castanhos eles. Quando se afastou,
a garota pediu-o para abaixar sua cabeça, subiu em suas costas escamadas, e
montou-se no vão de suas asas. Pro alto e avante - gritava.
Ela não entendia que eu a amava, dizia amigos, mas era menos que isso.
Queria entregá-la o mundo. Perdi a coragem e
percebi, aos meus olhos sentia-me um dinossauro azul, aos dela, me via como um
dragão. Ora era preso em fósseis passado, ora solto com seu rugido selvagem.
Quando me vi novamente, estava acima dos céus azulados em um tom quase que
aquarela, montado no formoso dragão. Eu estava acima de meu eu dragão, ao lado
dela, e com uma coroa. Sinto-me alterado, remodelado a maneira dela, apenas
para viver por ela. Idiotices ditas em um ato incerto de entregar seu
coração corrupto a beleza dela.
No outro dia, vi pelo vão da janela, em um
espacinho minúsculo, uma enorme floresta naquele enredo romântico, era um drama
de terror encenado em um outro espaço além plano terrestre. O devaneio foi
tanto que me via correndo de criaturas selvagens, monstros. Extrapolei nessa
referência. Mas é que a floresta estava em chamas, e eu não conseguia
apará-las.
Entre as árvores avistei uma criatura, daquelas de
contos de fadas, perambulando entre as virgulas, malditas realocações de tempo,
pulando de pausa em valsa. Estava acompanhado de uma princesa, imagino que seja
de um reino distante. Ousada, estava acima da cabeça do dinossauro, dinossauro
esse que tinha asas, mas tinha medo de usá-las.
O passado daquele monstro era incerto, ora
antagonista de um duelo feroz que sempre terminava em sua derrota mais que
tardia, uma ousadia dos roteiros de fantasias - sua certeza de um possível
desfecho para toda e qualquer história, - outrora um ousado colonizador de
estrelas nos céus, ele colonizava e fazia-as brilhar tão insanamente em uma
noite sombria. O dinossauro certa vez, cansou dessa faceta que criara para
fugir das tempestades, assumiu sua verdadeira face, enfrentou seus medos, e por
fim, o amor mudara seu jeito de agir. Voou.
Vejo que fugi total do contexto romântico, voltando
a essa perspectiva, acredito que todos somos o que achamos de mais importante
entregar a outros, quando de fato, nosso real caráter é moldado por uma
natureza maior – nosso meio de convívio. A verdade é que ninguém de fato é o
que pensa ser, quando enxerga quem realmente é, induz a um comportamento
totalmente oposto ao que se é previsto.
Portanto, o dragão, ousado em escrever, recitou uma
de suas mais belas histórias num bar local, frente ao famoso hospital de nome “Alucina-se
no seu maior desejo!” Quando crescemos, olhamos para trás com um outro
olhar, o de um dragão razinza – dizia.
Talvez tenha fugido um pouco do tema da dissertação
que havia iniciado, era previsto na próxima página que por incoerência do
enredo proposto pelo poeta dramaturgo, um romance fissurado em drama de terror
havia surgido do nada. Era uma ode plausível a realocação do tempo, que fugira
dos caçadores que puniam os artistas.
O dinossauro era artista, pintava versos nas nuvens
desenhadas no céu, mas quando ele se libertava de suas correntes, faceta de
dragão, era ele que retratava o algodão na tela azul do infinito. Ele era
multitarefas, um campeão que porventura, tenha perdido em todas as batalhas por
ele travadas. Um cavalheiro que as damas, nunca tira seu chapéu. Um boneco de
palha, de um nobre engenheiro do campo, controlando seu rebanho.
Era ele, um desbravador de mundos. Seu sono era seu
trabalho, sua lírica era sua arma, a quem fizesse mal ao seu íntimo, sacava-a e
guerreava. Estava sempre aturando a sociedade, um guerreiro dinossauro valente
dos olhos azuis, possuía asas cortantes como uma espada afiada e fabricada pelo
Hefesto. Portanto, digo, ele era gente, talvez meio monstro, ou uma fofa
criatura que tem medo de gente.
De fato, o dinossauro azul não existe, está fora de
ótica, da realidade imposta por essa sociedade. Seus impostos atrasados, seus
miolos dilacerados de memórias antepassadas em um tom empírico sem cor. A
loucura de fato converte-se a uma piada sem graça de dizer que esse romance,
que essa maldita enfermeira de olhos castanhos não ame esse elegante
cavalheiro, esse dinossauro com asas, esse dragão. A incoerência desse enredo
vem da afirmativa do tecido festivo da sociedade, um carnaval de um longo
aprendizado teórico sobre amor.
Hoje, já crescido, ainda me vejo tentando entender quem sou diante as adversidades que me foi apresentado. A vida, em seu movimento constante, às vezes me confunde. Mas eu continuo aqui, escrevendo sem parar, rabiscando o que chamo de poesia, deixando meus sentimentos se inscreverem em pedaços de papel. Escrevo para não me perder, para tentar me encontrar. Talvez seja minha forma individualista de
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