Lara One

E assim, o vício de escrever histórias começou como uma comédia...

De ler livros de Júlio Verne até livros de bolso sobre espionagem, policiais e faroeste, aos 13 anos Lara One - indignada com os finais das novelas - começou a escrever à mão novelas de sua própria autoria. Aprendeu pela observação na televisão o básico da coisa toda. Tudo só para criar personagens, cenas e o fim que ela achava merecido. Os colegas da escola estranhavam o tanto que aquela menina "estudava" com aquele caderno na hora do intervalo e quando descobriram do que se tratava, passaram a disputar entre eles a leitura dos capítulos quase que diários. O público já cativado "contrabandeava" o caderno por baixo das classes da sala de aula. Não demorou muito e começaram a pedir séries: Sai um MacGyver, não? A Gata e o Rato? Esquadrão Classe A? Isso num tempo onde fanfiction (ficção escrita por fã) não existia. Pelo menos não no Brasil.

Já no segundo grau, influenciada pelo humor de Moacyr Scliar e Luis Fernando Veríssimo, suas redações acabavam sendo lidas em voz alta a pedido do professor de português e dos colegas afoitos pela curiosidade do "o que ela aprontou dessa vez". Em 1999, Lara passou a escrever fanfictions do seriado Arquivo X, que era pra ser uma e como o público começou a pedir mais, acabou sendo mais de 170 ao todo. Foi nessa época que o apelido "One" surgiu. Na internet ficou bem conhecida entre os fãs brasileiros da série, por criar uma série paralela e alternativa - pelo mesmo motivo das novelas.

Sobrenatural. Ficção científica. Ação. Aventura. Romance. Tudo sempre alternando as emoções e fazendo o leitor ir rapidamente de lágrimas a risadas, experimentando todas as sensações possíveis nos personagens e na história. O humor está presente sempre em seus trabalhos.

Formada em Comunicação Social, a autora e também roteirista, sempre buscou se aprimorar em cursos de roteiros para televisão e cinema, bem como oficinas de criação literária. Seu trabalho de conclusão teve como assunto "O Perfil dos Extraterrestres na Ficção Científica da Televisão", sendo elementos de análise, episódios das séries Arquivo X e Jornada nas Estrelas. Por ter essa intimidade com roteiros, Lara conta histórias na forma de roteiros adaptados a literatura, de forma a passar a história ao leitor como se ele a estivesse "assistindo" em sua cabeça.

Hoje mantém seu trabalho em plataformas digitais como o Wattpad e Inkspired, e se dedica a repassar os seus conhecimentos para estimular a leitura e fomentar a escrita entre os jovens, usando para isso o universo das fanfics. A cultura não salva nada e nem ninguém, já dizia Sartre. Mas que ela ajuda a fazer os nossos dias bem melhores, certamente ajuda.